De uns tempos para cá, tanto políticos quanto a imprensa tem batido muito na tecla da espetacularização de prisões. As operações da Polícia Federal, de repente, ficaram menos frequentes, mas vez ou outra ainda vemos algum figurão algemado.
Centenas de pessoas são algemadas todos os dias no Brasil, mas algum representante do governo só se pronuncia quando algum político ou empresário com relações com o governo aparece algemado na TV. A culpa é da polícia ou da imprensa que faz a cobertura?
Quando policiais saem de casa para cumprir mandados de prisão, sabem que a tarefa é muito perigosa, independente da posição social da pessoa que será presa. Eles estarão tirando a liberdade de alguém, uma das coisas mais importantes para um ser humano, não sendo possível saber como a pessoa reagirá. Ninguém sabe como um ladrão pobre ou um criminoso do colarinho branco pode reagir. Os policiais querem voltar para sua família, e também precisam cumprir sua missão, sem que ninguém, por exemplo, tente tomar sua arma dentro da viatura.
Uma prisão ou é em flagrante, ou é autorizada pelo judiciário. Se o suspeito provar ser inocente, que busque reparação ao prejuízo de sua honra e imagem junto ao Estado.
Da mesma forma que centenas de criminosos são algemados todos os dias, muitas pessoas são mortas assassinadas ou atropeladas diariamente, mas o que vemos, na maioria das vezes, são as pessoas de uma classe social mais elevada que recebem um espaço póstumo no Jornal Nacional, dentre outros programas e meios de comunicação em massa. Pessoas ricas, quando mortas de forma prematura, viram campanhas contra a violência, pessoas pobres, quando muito, viram estatísticas.
Entre policiais, é consenso o uso de algemas em qualquer classe social de criminoso. Os juízes do STF que pregam parcimônia no uso de algemas deveriam saber do perigo de trabalhar com criminosos, afinal, seus pares são vítimas constantes de ameaças. Não existe uma pessoa meio ética, como também não existe meio criminoso. A Lei é clara, se a infringiu, que sofra as consequências.
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